quarta-feira, 13 de maio de 2009

SERGIPE PANORÂMICO: A CRÔNICA DE UM PLÁGIO VICIOSO

Prezados leitores do Gazeta dos Municípios,aproveito esse valioso espaço a mim concedido para retificar um erro de autoria (prá não dizer plágio) que vem se perpetuando ao longo de 7 anos, e que resolvi dar um basta, frente à falta de sensibilidade e respeito dos autores da fraude intelectual que envolve um de meus muitos escritos.
Na edição histórica do Gazeta dos Municípios do último final de semana, na página 4A, está publicado um texto cujo título é “Lagarto: 129 Anos de Uma Paixão” atribuído ao site Wikepedia. O artigo é uma cópia de um dos textos do livro “Sergipe Panorâmico”, de autoria dos professores Jouberto Uchôa de Mendonça e Maria Lúcia Marques Cruz e Silva, ambos da UNIT, lançado do ano de 2002.
À propósito, tal texto também é uma cópia, não autorizada e sem os devidos créditos citados, de um dos textos de minha safra. O mesmo fora publicado, de forma inédita, em parceria com a Profª Patrícia dos Santos Silva Monteiro, em duas situações diferentes, com ampla divulgação, nas comemorações dos 150 Anos de Nascimento de Sílvio Romero em 2001, a saber:
1) SANTOS, Claudefranklin Monteiro ; MONTEIRO, P. S. S. . Lagarto: De Vila a Cidade Dá o Exemplo. Folheto Comemorativo da PML. abril 2001.

2) SANTOS, Claudefranklin Monteiro ; MONTEIRO, P. S. S. . Lagarto: De Vila a Cidade Dá o Exemplo. Folha de Lagarto, Lagarto, p. 02 - 02, 15 maio 2001.
Atentem os senhores para o ano de publicação do texto original e para o livro da UNIT. É fato que ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão, mas isto somente no adágio popular. Aqui, estamos diante de pelo menos duas situações imperdoáveis: a apropriação indébita da propriedade intelectual de alguém ou o desrespeito a esta propriedade sem a devida citação dos autores. Diante mão, em que pese a repercussão dessa matéria, não acredito em falta de dolo ou maldade. Foram, no mínimo descuidados e na pior das hipóteses, irresponsáveis.
Como já disse, há 7 anos esse dolo se repete e se perpetua, seja em sites, artigos de jornal, livros, folhetos comemorativos; mas resolvi, como autor que sou, dar a César o que é de César. Não se trata de uma vaidade intelectual, como podem pensar alguns, mas de clamor pelo respeito da obra de outrem. Não sou o primeiro e nem serei o único a sofrer deste mal, pois o próprio Adalberto Fonseca e o seu “História de Lagarto” são amplamente plagiados sem o devido respeito.
Hajam vistos os argumentos aqui levantados, não faltariam elementos para um processo judicial, e não faltou vontade e oportunidade, mas acreditei e esperei pelo bom senso das pessoas envolvidas no “furto”, coisa que nunca aconteceu; sequer um pedido de desculpas. Mediante tal insensibilidade, resolvi, frente à perpetuação de um erro de autoria grave, via o que sei fazer de melhor, externar aos meus conterrâneos o meu repúdio e a minha insatisfação.
Uma coisa é fato, e que nos sirva ao menos de consolo: não se copia o que não é bom. Tanto é verdade, que se perpetuou à revelia de seus VERDADEIROS autores.
Saudações lagartenses a todos.
Claudefranklin - Gazeta dos Municípios

QUANDO DO CORETO FEZ-SE A MEMÓRIA

Lá pelos idos de 1996, quando a Prefeitura Municipal de Lagarto estava sob o comando de José Raimundo Ribeiro, ocorreu a reforma da Praça da Piedade. Na ocasião, o tradicional coreto, um dos maiores bens culturais de “pedra e cal” de nossa cidade, marco por excelência de sua identidade, esteve na crista do falatório popular, sob a iminência de desaparecer.
Como é sabido, o Cabo Zé era adepto do modismo paisagístico da época que era o da fonte luminosa. Muitos países, sobretudo os da Europa, carregam ainda hoje em sua representação arquitetônica esse adereço, que não deixa de ter seu charme, se bem contextualizado.
Frente a tal assertiva, correu na cidade que o Cabo iria destruir o coreto e pôr no lugar uma fonte luminosa. Verdade ou não (com a palavra o mesmo), esse escriba iniciante nas letras que vos fala, ousou tecer alguns comentários a respeito, o que lhe rendeu um artigo intitulado “E o novo sempre vem”, publicado na Folha de Lagarto, à época.
Poucos dias depois, a matéria foi lida no ar, num programa capitaneado pelo jornalista Edivanildo Santana na FM Eldorado, e para surpresa de muitos, inclusive a minha, o Prefeito deu a sua palavra que não moveria um dedo contra o patrimônio.
Inaugurado no ano de 1932, pelo Prefeito Porfírio Martins de Menezes, o Coreto tornou-se ao longo de vários anos (e já se vão exatos 77 anos) um referencial de arquitetura patrimonial do Município de Lagarto. De tal modo, que é impossível imaginar a Praça da Piedade sem o mesmo, sobretudo com a Igreja Matriz posta de um lado, a Casa Paroquial, confronte, e a Prefeitura Municipal do outro lado, formando um conjunto que se completa e afirma a alma da gente do Lagarto: festa, poder e religiosidade.
Palco de grandes atrações, a exemplo de Luiz Gonzaga, discursos inflamados e efusivos, retretas diversas, namoricos e safadezas, mendigos e drogados, boêmios e sonhadores, velhos e crianças, o Coreto da Praça sobreviveu ao ano de 1996 e a promessa do Cabo se cumpriu, fazendo esse humilde historiador se render aos fatos e registrá-los, antes que a falta de memória resolva apagá-los ou distorcê-los, não querendo, pois que o mesmo lhe ocorra: oh, formoso coreto nosso de cada dia!
Claudefranklin - Gazeta dos Municípios