Na segunda metade do século XVI, período de reconhecimento e colonização das terras brasileiras, dois sacerdotes, Gaspar Lourenço e João Salônio, sob a orientação do Padre Manoel da Nóbrega estiveram em Lagarto com a missão de conquistar a confiança dos índios Kiriri, que habitavam a região há anos. Na ocasião, teriam erguido uma capela e dedicado ao apóstolo São Tomé.
A partir de 05 de maio de 1596, seguindo o exemplo de Garpar de Menezes e Gaspar de Almeida, o sesmeiro Antônio Gonçalves de Santana iniciou o processo de povoamento de Lagarto, fundando mais tarde o que seria seu primeiro núcleo populacional, no dia 13 de junho de 1604. Na ocasião, duas imagens foram entronizadas na humilde capelinha, a de Santo Antônio e a de Nossa Senhora Santana. Como de costume, a exemplo do que ocorrera com São Cristóvão (Cristóvão de Barros – 1590), a invocação dos santos faz uma referência direta ao seu fundador (Antônio e Santana).
Em 1645, uma epidemia teria provocado uma tragédia na recém-criada povoação, dizimando uma considerável parte de sua população. Para escapar do flagelo provocado pela doença, que se alastrava assustadoramente, frades do Convento dos Palmares teriam vindo em socorro dos sobreviventes e deslocado os mesmos para uma localidade próxima do que é hoje o Bairro Hortas, numa região que era conhecida por Colina do Lagarto.
Naquela ocasião, os frades teriam invocado a Nossa Senhora da Piedade para vir em auxílio dos convalescentes e perseguidos pela moléstia. As preces foram atendidas e em pouco tempo a população não mais apresentaria a doença.
Por esse motivo, em 8 de setembro de 1679, como gratidão pela graça alcançada, foi inaugurada uma capela (atual Matriz) dedicada a Santa e nela entronizada a sua imagem, que chegou dias antes, em 05 de setembro do mesmo ano. A imagem teria sido uma encomenda do jesuíta Geraldino de Santa Rita Loiola ao Arcebispo da Bahia, Dom Gaspar Barata de Mendonça. No mesmo ano, como conseqüência do progresso religioso da região, é criada a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto.
Reza a lenda, ainda carente de comprovação histórica, porém marcada com o fervor criativo da gente do Lagarto, que a imagem de madeira, em tamanho natural (uma obra-prima da escultura portuguesa do século XVII), que hoje repousa no altar-mor da Matriz que leva seu nome, deveria ter ido para Salvador e uma réplica, em tamanho menor, ter ficado por aqui. Porém, um acidente no deslocamento das mesmas para seus destinos teria provocado uma atrapalhação e então, a troca. Mais tarde, o Arcebispado da Bahia tentou desfazer o ocorrido, mas já era tarde: a imagem já havia passado pelo processo ritualístico de entronização. Conta-se, inclusive que o nicho preparado para a Santa ficou apertado, pois se imaginava que viria a outra.
Ao longo dos anos, Nossa Senhora da Piedade tornou-se a excelsa protetora do povo lagartense, que por sua vez vem lhe rendendo justíssimas homenagens, a exemplo da Coroação Canônica de sua imagem tricentenária, ocorrido por inspiração do Papa Paulo VI, em 1979, ocasião em que se realizava em Lagarto o Congresso Eucarístico.
Certamente, o momento mais marcante dessa secular devoção é o Novenário dedicado a sua memória durante a primeira semana de setembro. Preparada com muito esmero, a Festa da Padroeira se transformou ao longo da História de Lagarto na mais entusiasmada manifestação religiosa de sua gente. Contando com a liderança do Pároco, as festividades ganham um brilho todo especial graças a sua comissão organizadora, composta por casais devotos da cidade, que desde agosto, através da Quermesse, se desdobram para homenagear à altura a amada padroeira.
Na Matriz de Nossa Senhora ainda ecoam e testemunham os vivas e cantos efusivos dedicados a Padroeira, capitaneados por figuras inesquecíveis como Monsenhor Daltro, Monsenhor Juarez, Frei Izaías, Dom Mário Rino Sivieri, Monsenhor José Carvalho, Padre Celso, Padre Pedro Vidal..., que não cessaram de dizer: “ a tua imagem é amor e gratidão!”.
A partir de 05 de maio de 1596, seguindo o exemplo de Garpar de Menezes e Gaspar de Almeida, o sesmeiro Antônio Gonçalves de Santana iniciou o processo de povoamento de Lagarto, fundando mais tarde o que seria seu primeiro núcleo populacional, no dia 13 de junho de 1604. Na ocasião, duas imagens foram entronizadas na humilde capelinha, a de Santo Antônio e a de Nossa Senhora Santana. Como de costume, a exemplo do que ocorrera com São Cristóvão (Cristóvão de Barros – 1590), a invocação dos santos faz uma referência direta ao seu fundador (Antônio e Santana).
Em 1645, uma epidemia teria provocado uma tragédia na recém-criada povoação, dizimando uma considerável parte de sua população. Para escapar do flagelo provocado pela doença, que se alastrava assustadoramente, frades do Convento dos Palmares teriam vindo em socorro dos sobreviventes e deslocado os mesmos para uma localidade próxima do que é hoje o Bairro Hortas, numa região que era conhecida por Colina do Lagarto.
Naquela ocasião, os frades teriam invocado a Nossa Senhora da Piedade para vir em auxílio dos convalescentes e perseguidos pela moléstia. As preces foram atendidas e em pouco tempo a população não mais apresentaria a doença.
Por esse motivo, em 8 de setembro de 1679, como gratidão pela graça alcançada, foi inaugurada uma capela (atual Matriz) dedicada a Santa e nela entronizada a sua imagem, que chegou dias antes, em 05 de setembro do mesmo ano. A imagem teria sido uma encomenda do jesuíta Geraldino de Santa Rita Loiola ao Arcebispo da Bahia, Dom Gaspar Barata de Mendonça. No mesmo ano, como conseqüência do progresso religioso da região, é criada a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto.
Reza a lenda, ainda carente de comprovação histórica, porém marcada com o fervor criativo da gente do Lagarto, que a imagem de madeira, em tamanho natural (uma obra-prima da escultura portuguesa do século XVII), que hoje repousa no altar-mor da Matriz que leva seu nome, deveria ter ido para Salvador e uma réplica, em tamanho menor, ter ficado por aqui. Porém, um acidente no deslocamento das mesmas para seus destinos teria provocado uma atrapalhação e então, a troca. Mais tarde, o Arcebispado da Bahia tentou desfazer o ocorrido, mas já era tarde: a imagem já havia passado pelo processo ritualístico de entronização. Conta-se, inclusive que o nicho preparado para a Santa ficou apertado, pois se imaginava que viria a outra.
Ao longo dos anos, Nossa Senhora da Piedade tornou-se a excelsa protetora do povo lagartense, que por sua vez vem lhe rendendo justíssimas homenagens, a exemplo da Coroação Canônica de sua imagem tricentenária, ocorrido por inspiração do Papa Paulo VI, em 1979, ocasião em que se realizava em Lagarto o Congresso Eucarístico.
Certamente, o momento mais marcante dessa secular devoção é o Novenário dedicado a sua memória durante a primeira semana de setembro. Preparada com muito esmero, a Festa da Padroeira se transformou ao longo da História de Lagarto na mais entusiasmada manifestação religiosa de sua gente. Contando com a liderança do Pároco, as festividades ganham um brilho todo especial graças a sua comissão organizadora, composta por casais devotos da cidade, que desde agosto, através da Quermesse, se desdobram para homenagear à altura a amada padroeira.
Na Matriz de Nossa Senhora ainda ecoam e testemunham os vivas e cantos efusivos dedicados a Padroeira, capitaneados por figuras inesquecíveis como Monsenhor Daltro, Monsenhor Juarez, Frei Izaías, Dom Mário Rino Sivieri, Monsenhor José Carvalho, Padre Celso, Padre Pedro Vidal..., que não cessaram de dizer: “ a tua imagem é amor e gratidão!”.
3 comentários:
Parabéns professor pela iniciativa, vou em inspirar para colaborar com alguma capítulo para o blog!
Parabéns pela iniciativa de divulgar a História de Sergipe com ênfase em Lagarto.
Pretendo montar um acervo de História de Sergipe com ênfase em Lagarto na Biblioteca da FJAV, e gostaria de contar com sua colaboração.
Mônia/ Bibliote~´aria?BJAV
Mestre, escreves com a leveza de uma pluma; intensidade de uma tsunami; a polêmica de uma Derci Gonçalves; a gentileza literária de um lorde; (...) e nesse emaranhado de antagonismos, sobressai a genialidade!
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