Poucas pessoas figuram como sendo a melhor representação de um povo. Monsenhor Daltro, ao longo de seus 36 anos de serviços dedicados a Lagarto, foi a mais notável encarnação de identidade que já se registrou. Passados 180 anos de seu nascimento, a memória do velho pastor ainda ressoa nas ruas e praças da velha Vila de Nossa Senhora da Piedade.
Nascido em Simão Dias – SE, a 23 de Junho de 1828, João Baptista de Carvalho Daltro era filho de Domingos José de Carvalho e D. Antonia Francisca de Jesus. Sua formação intelectual, basicamente, se deu entre as cidades de Estância (Colégio Barroso) e São Cristóvão. Em 22 de Março de 1847 matriculou-se no Seminário da Bahia, iniciando sua formação pastoral até 1853, onde recebeu ordens sacras. Foi ordenado no Seminário Santa Tereza na época de D. Romualdo Antonio de Seixas (1828-1860). Está inserido na segunda fase da gestão deste Arcebispo da Bahia, onde se colocava ênfase no papel da Igreja como defensora da ordem estabelecida.
Chegou a Lagarto em 1874, onde foi nomeado Vigário de 24 de junho de 1875 a 02 de fevereiro de 1910. Segundo Armindo Guaraná foi “onde passou a maior parte de sua longa e proveitosa existência, semeando o bem em torno de si pelo exemplo de suas virtudes, realçadas pela mais nobre dentre todas, - do absoluto desprendimento dos seus haveres em favor dos desprotegidos da fortuna”. [1] O caráter de autonomia e de liberdade marcou a administração do Monsenhor Daltro, daí a idéia de que ele fora condescendente com a Festa de São Benedito, embora fosse um representante conceituado da Igreja Romana.
O afastamento do Monsenhor Daltro das funções de Vigário de Lagarto coincide com a criação da Diocese de Aracaju, em 1910. O bispo escolhido foi Dom José Tomaz Gomes da Silva, que programou uma nova postura catequética para o clero sergipano, de modo especial com o funcionamento do Seminário Sagrado Coração de Jesus, formando os chamados “padres de Dom José.” Entre esses padres, merece destaque Avelar Brandão Vilela, que terminou sua carreira religiosa como Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil. Ordenado em Aracaju, onde exerceu o sacerdócio e foi influente líder, participou ativamente da vida católica e cultural sergipana, tendo sido considerado um dos símbolos dessas presenças.
Foi por essa época que, substituindo Monsenhor Daltro, Pe. Vicente Francisco de Jesus assume, na condição de Vigário, a Paróquia de sua terra natal. Em Lagarto, Padre Vicente administrou os destinos da Igreja Católica por cinco anos (1908-1913). Sua administração foi marcada por um momento de transição entre a Arquidiocese de Salvador e a Arquidiocese de Aracaju, sendo confirmado na condição de vigário pelo Bispo D. José Thomaz.
Monsenhor Daltro afastou-se da função Vigário de Lagarto dada uma forte alteração de sua saúde. O mesmo adoecera seriamente, vindo a falecer no dia a 02 de fevereiro de 1910, em sua cidade natal (Simão Dias-SE), vitimado de câncer de próstata.
Nascido em Simão Dias – SE, a 23 de Junho de 1828, João Baptista de Carvalho Daltro era filho de Domingos José de Carvalho e D. Antonia Francisca de Jesus. Sua formação intelectual, basicamente, se deu entre as cidades de Estância (Colégio Barroso) e São Cristóvão. Em 22 de Março de 1847 matriculou-se no Seminário da Bahia, iniciando sua formação pastoral até 1853, onde recebeu ordens sacras. Foi ordenado no Seminário Santa Tereza na época de D. Romualdo Antonio de Seixas (1828-1860). Está inserido na segunda fase da gestão deste Arcebispo da Bahia, onde se colocava ênfase no papel da Igreja como defensora da ordem estabelecida.
Chegou a Lagarto em 1874, onde foi nomeado Vigário de 24 de junho de 1875 a 02 de fevereiro de 1910. Segundo Armindo Guaraná foi “onde passou a maior parte de sua longa e proveitosa existência, semeando o bem em torno de si pelo exemplo de suas virtudes, realçadas pela mais nobre dentre todas, - do absoluto desprendimento dos seus haveres em favor dos desprotegidos da fortuna”. [1] O caráter de autonomia e de liberdade marcou a administração do Monsenhor Daltro, daí a idéia de que ele fora condescendente com a Festa de São Benedito, embora fosse um representante conceituado da Igreja Romana.
O afastamento do Monsenhor Daltro das funções de Vigário de Lagarto coincide com a criação da Diocese de Aracaju, em 1910. O bispo escolhido foi Dom José Tomaz Gomes da Silva, que programou uma nova postura catequética para o clero sergipano, de modo especial com o funcionamento do Seminário Sagrado Coração de Jesus, formando os chamados “padres de Dom José.” Entre esses padres, merece destaque Avelar Brandão Vilela, que terminou sua carreira religiosa como Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil. Ordenado em Aracaju, onde exerceu o sacerdócio e foi influente líder, participou ativamente da vida católica e cultural sergipana, tendo sido considerado um dos símbolos dessas presenças.
Foi por essa época que, substituindo Monsenhor Daltro, Pe. Vicente Francisco de Jesus assume, na condição de Vigário, a Paróquia de sua terra natal. Em Lagarto, Padre Vicente administrou os destinos da Igreja Católica por cinco anos (1908-1913). Sua administração foi marcada por um momento de transição entre a Arquidiocese de Salvador e a Arquidiocese de Aracaju, sendo confirmado na condição de vigário pelo Bispo D. José Thomaz.
Monsenhor Daltro afastou-se da função Vigário de Lagarto dada uma forte alteração de sua saúde. O mesmo adoecera seriamente, vindo a falecer no dia a 02 de fevereiro de 1910, em sua cidade natal (Simão Dias-SE), vitimado de câncer de próstata.
[1] GUARANÁ, Armindo. Dicionário Bio-bibliográfico. Rio de Janeiro: Pongeti, 1925, p. 131-132.
3 comentários:
Senhor Claudefranklin,
Gostei da vida biográfica do Monsenhor Daltro que foi camareiro em 1893 na cidade de Sílvio Romero, Aníbal Freire e Laudelino Freire. Orgulho de Sergipe, de Lagarto três papajacas da Academia de Letras do Brasil. E mais, em 1936, Laudelino era Presidente da Academia Brasileira lá na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Sou capabode de nascimento e papajaca de coração. Meu filho Marcos nasceu nesta terra de homens e mulheres ilustres.
Saudações cordiais,
Oswald Abreu do blog: capa-bode.blogspot.com
Ola Claudefranklin,
Gostei muito de ler sobre Mons. Joao Baptista de Carvalho Daltro, ela era irmao do meu bisavo Manuel de Carvalho Carregosa. Meu pai Manuel Dortas e as irmas Nazinha e Glorinha contavam-me muito sobre o tio Monsenhor...meu pai falava que ele parecia um alemao. Meu pai nasceu em 1901 3 minhas tias 1896/7. Fui felizardo de ver muito da historia contada por quem vivia na epoca.
Seu blog esta excelente e muitos topicos importantes especialmente sobre arquivos.
Fiquei curioso sobre o "Misterio na maternidade Carvalho Daltro" mas nao consegui abrir.
Se desejar alguma informacao que possa vir a contribuir sinta a vontade para contactar-me por email: dortas@gmail.com... Estou no orkut e Facebook.
Abracos e sucesso!
Edvaldo Dortas
Claudefranklin, o fato de Lagarto ter muitos minifúndios tem a ver com o Mons. Daltro? ou outro padre? Ovui comentário que em Lagarto houve um padre que orientava as famílias dos noivos a comprarem umas tarefas de terra, construir uma casinha e comprar uma carroça de burro para os filhos e, só depois, contrair o matrimônio. É verdade? Abraços. Pe. Isaías Nascimento. isaiasnfilho@yahoo.com.br
Postar um comentário