Criada há mais de uma década, a Quermesse de Lagarto alcançou seu auge no período de Pe. Pedro Vidal e se transformou na maior fonte de renda para as festas alusivas a Nossa Senhora da Piedade. Tradicionalmente, o evento, de cunho laico, tenta conciliar a diversão à contemplação. A receita tem sido um sucesso nos meses de agosto.
O novo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, o Pe. Raimundo tomou uma medida corajosa em pouco menos de três meses de sua gestão: pretende alterar, significativamente a feição da Quermesse este ano, proibindo bebida alcoólica na realização da mesma.
Frente à tão audaciosa iniciativa, convido a comunidade lagartense, sobretudo a católica, para algumas reflexões que me parecem pertinentes até mesmo para se rediscutir outras coisas que estão subjacente a tudo isso.
Perto de completar 330 anos de existência, a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade sempre teve momentos admiráveis, graças, principalmente, a seus fiéis que sempre se somaram às iniciativas de seus guias espirituais. Apesar de algumas barbaridades já cometidas, como pintar de tinta a óleo a imagem tricentenária da padroeira, impedir os festejos relativos a São Benedito, não valorizar as manifestações populares de cunho religioso, como a Encomendação das Almas, entre outras, o Padre e sua comunidade sempre mantiveram uma relação amistosa e respeitosa. Normalmente, mesmo às vezes sem entender, fecha com seu Pároco e se soma às suas inventividades.
Isto tudo tem resultado numa receita de muito sucesso, ainda que nos últimos vinte anos a Igreja Católica venha perdendo seus fiéis para o avanço dos evangélicos e outras denominações cristãs. Por falar nestes, têm lhes sobrado vontade, empenho, dedicação e fé, muita fé. A Igreja Católica insiste em velhas práticas e afasta jovens e alguns abnegados, muitas vezes por pura falta de comunicação: foi-se o tempo em que o Padre se dava ao ato simples, porém necessário, a meu ver, de cumprimentar um fiel à rua.
Mas voltando a Quermesse, o que devo dizer, sem parecer ser piegas ou fazer média com o Padre novo, penso que a medida seja acertada, mas acredito também que não se dê nenhum efeito, pois nada impedirá o consumo da bebida. E isto não será o motivo para uma possível queda de renda ou desinteresse da população. A Quermesse é realizada pela paróquia, mas há muito que deixou de ser dela para ser, necessariamente, do povo. E este, soberano, é quem determina seu norte e seu jeito. Assim, continuará a ser sempre uma incondicional manifestação de uma comunidade.
Algumas questões deveriam estar mais em discussão do que a ingestão ou não de bebida alcoólica, embora entenda que a justificativa de seu não uso tenha lógica e fundamento até mesmo litúrgico: afinal, não deixa de ser um contra-senso uma festa religiosa ter como fonte de renda uma festa laica. Por exemplo, a queima de fogos. Sou profundamente contra se gastar dinheiro com fogos. Além de perigosos, são nocivos aos ouvidos e aos nervos (que me perdoem os laboriosos fogueteiros).
A propósito do que afirma o site www.lagartonet.com, acredito que o investimento em cultura local é também salutar, mas imaginar de que a Quermesse será freqüentada sem os axés da vida e forrós (muitos deles feitos por artistas da terra, que se disponibilizam voluntariamente) é um tanto quanto utópico, até porque esse tipo de festa ocorre no Brasil há séculos e sempre se deu por essa, digamos, xaropada de ritmos, sons e manifestações (com a palavra Melo Moraes Filho e Sílvio Romero).
Assim, prezados, prefiro continuar acreditando na capacidade criativa dos grupos religiosos que compõem a Igreja católica de Lagarto, do que me pegar em detalhes como a presença de álcool ou não na Quermesse, até porque, não foi em vinho (de ótima qualidade) que Cristo transformou a água nas bodas de Caná? Não era vinho que Jesus bebia em suas celebrações? Não é o vinho que o Padre consome no altar que simboliza o sangue de Cristo? Não foi festivamente e efusivamente que o Rei Davi louvou a Deus?
Penso que o problema não esteja no álcool, mas no propósito e, sobretudo, em seu exagero; no mais: tudo é alegria para a Virgem Maria e que esta tenha Piedade, principalmente dos hipócritas de plantão e das mesmices do cristianismo católico que não tem levado necessariamente à conversão.
O novo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, o Pe. Raimundo tomou uma medida corajosa em pouco menos de três meses de sua gestão: pretende alterar, significativamente a feição da Quermesse este ano, proibindo bebida alcoólica na realização da mesma.
Frente à tão audaciosa iniciativa, convido a comunidade lagartense, sobretudo a católica, para algumas reflexões que me parecem pertinentes até mesmo para se rediscutir outras coisas que estão subjacente a tudo isso.
Perto de completar 330 anos de existência, a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade sempre teve momentos admiráveis, graças, principalmente, a seus fiéis que sempre se somaram às iniciativas de seus guias espirituais. Apesar de algumas barbaridades já cometidas, como pintar de tinta a óleo a imagem tricentenária da padroeira, impedir os festejos relativos a São Benedito, não valorizar as manifestações populares de cunho religioso, como a Encomendação das Almas, entre outras, o Padre e sua comunidade sempre mantiveram uma relação amistosa e respeitosa. Normalmente, mesmo às vezes sem entender, fecha com seu Pároco e se soma às suas inventividades.
Isto tudo tem resultado numa receita de muito sucesso, ainda que nos últimos vinte anos a Igreja Católica venha perdendo seus fiéis para o avanço dos evangélicos e outras denominações cristãs. Por falar nestes, têm lhes sobrado vontade, empenho, dedicação e fé, muita fé. A Igreja Católica insiste em velhas práticas e afasta jovens e alguns abnegados, muitas vezes por pura falta de comunicação: foi-se o tempo em que o Padre se dava ao ato simples, porém necessário, a meu ver, de cumprimentar um fiel à rua.
Mas voltando a Quermesse, o que devo dizer, sem parecer ser piegas ou fazer média com o Padre novo, penso que a medida seja acertada, mas acredito também que não se dê nenhum efeito, pois nada impedirá o consumo da bebida. E isto não será o motivo para uma possível queda de renda ou desinteresse da população. A Quermesse é realizada pela paróquia, mas há muito que deixou de ser dela para ser, necessariamente, do povo. E este, soberano, é quem determina seu norte e seu jeito. Assim, continuará a ser sempre uma incondicional manifestação de uma comunidade.
Algumas questões deveriam estar mais em discussão do que a ingestão ou não de bebida alcoólica, embora entenda que a justificativa de seu não uso tenha lógica e fundamento até mesmo litúrgico: afinal, não deixa de ser um contra-senso uma festa religiosa ter como fonte de renda uma festa laica. Por exemplo, a queima de fogos. Sou profundamente contra se gastar dinheiro com fogos. Além de perigosos, são nocivos aos ouvidos e aos nervos (que me perdoem os laboriosos fogueteiros).
A propósito do que afirma o site www.lagartonet.com, acredito que o investimento em cultura local é também salutar, mas imaginar de que a Quermesse será freqüentada sem os axés da vida e forrós (muitos deles feitos por artistas da terra, que se disponibilizam voluntariamente) é um tanto quanto utópico, até porque esse tipo de festa ocorre no Brasil há séculos e sempre se deu por essa, digamos, xaropada de ritmos, sons e manifestações (com a palavra Melo Moraes Filho e Sílvio Romero).
Assim, prezados, prefiro continuar acreditando na capacidade criativa dos grupos religiosos que compõem a Igreja católica de Lagarto, do que me pegar em detalhes como a presença de álcool ou não na Quermesse, até porque, não foi em vinho (de ótima qualidade) que Cristo transformou a água nas bodas de Caná? Não era vinho que Jesus bebia em suas celebrações? Não é o vinho que o Padre consome no altar que simboliza o sangue de Cristo? Não foi festivamente e efusivamente que o Rei Davi louvou a Deus?
Penso que o problema não esteja no álcool, mas no propósito e, sobretudo, em seu exagero; no mais: tudo é alegria para a Virgem Maria e que esta tenha Piedade, principalmente dos hipócritas de plantão e das mesmices do cristianismo católico que não tem levado necessariamente à conversão.
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