Idealizado para funcionar a primeira escola pública da história de Lagarto, o antigo prédio do Grupo Escolar Sílvio Romero, após ter sido uma cadeia, foi concebido na gestão do Governador Graccho Cardoso (1922-1926).
Adepto do ideário escolanovista propagado pelo chamado grupo dos Pioneiros da Educação, liderado pelo intelectual Fernando de Azevedo, Graccho Cardoso encampou uma profunda reforma educacional e cultural em Sergipe nos combalidos anos 20. O Estado, nessa época, deu um salto de qualidade, poucas vezes visto nas áreas descritas anteriormente. Praticamente todo o território sergipano foi beneficiado por suas ações mecênico-culturais. Prova disso, foi a queda substancial do índice de analfabetismo que beirava aos quase 70% em 1920, em Sergipe.
De acordo com estudioso Miguel André Berger, o Grupo Escolar Sílvio Romero foi planejamento para atender não só a uma concepção pedagógica de época, marcada pelo método intuitivo e pelo método analítico de ensino da leitura, mas também para enfatizar a feição monumentalizante da arquitetura de então, haja vista a presença marcante da águia, símbolo do governo Graccho, como um pássaro que enxerga longe e voa alto - pretensões ideológicas e guias daquela profícua administração estadual.
Seu esvaziamento educacional teria ocorrido em função de questões políticas. Os governos que se sucederam a Graccho, em especial até a primeira metade da década de 50, eram adeptos do getulismo, e como de praxe, tentaram apagar a memória das ações administrativas de seus inimigos políticos. Dos anos 60 aos anos 80, especialmente com a construção da nova sede do Grupo Sílvio Romero (mais moderno e mais amplo), na Av. Francisco Gracez (hoje Escola Estadual Sílvio Romero), o prédio foi de tudo um pouco: de local para aprendizagem de cursos de secretariado e de corte e costura a repartição pública (tanto estaduais como municipais). Por toda a década de 90 e início deste século, chegou a ser ponto de usuários de drogas e mendigos, dado o seu lamentável estado de abandono.
Inaugurado no dia 23 de dezembro de 1924, foi um dos oitos Grupos Escolares instalados no interior de Sergipe, num total de 10 em todo o Estado. Na administração do Secretário de Educação, o lagartense Luiz Antônio Barreto, foi reformado para funcionar o Memorial de Lagarto (extinto), cuja missão deveria ser “(...) estudar os ciclos econômicos, a formação da propriedade agrícola e pastoril, a ocupação da terra, os métodos e técnicas agrícolas, a presença dos elementos formadores da sociedade e da cultura brasileiras especialmente localizadas em Sergipe”, segundo decreto 18.772 de 02 de maio de 2005.
Ao longo de seus mais de oitenta anos, o prédio já presenciou de tudo: do auge à decadência, bem como alguns respiros de renascimento. Hoje é sede da Biblioteca Pública Municipal, que leva o nome do ex-Prefeito José Vicente de Carvalho, localizado no antigo Largo do Rosário.
Fonte: Luiz Antônio Barreto (Infonet); BERGE, Miguel André. Os grupos escolares e as festas para difusão da instrução e da civilidade. Revista do Mestrado em Educação, UFS, v. 11, p. 51-68, jul./dez. 2005.
[*] Texto escrito por ocasião das comemorações dos 128 anos de Emancipação Política de Lagarto, por solicitação do Governo de Sergipe – Administração Marcelo Déda.
Adepto do ideário escolanovista propagado pelo chamado grupo dos Pioneiros da Educação, liderado pelo intelectual Fernando de Azevedo, Graccho Cardoso encampou uma profunda reforma educacional e cultural em Sergipe nos combalidos anos 20. O Estado, nessa época, deu um salto de qualidade, poucas vezes visto nas áreas descritas anteriormente. Praticamente todo o território sergipano foi beneficiado por suas ações mecênico-culturais. Prova disso, foi a queda substancial do índice de analfabetismo que beirava aos quase 70% em 1920, em Sergipe.
De acordo com estudioso Miguel André Berger, o Grupo Escolar Sílvio Romero foi planejamento para atender não só a uma concepção pedagógica de época, marcada pelo método intuitivo e pelo método analítico de ensino da leitura, mas também para enfatizar a feição monumentalizante da arquitetura de então, haja vista a presença marcante da águia, símbolo do governo Graccho, como um pássaro que enxerga longe e voa alto - pretensões ideológicas e guias daquela profícua administração estadual.
Seu esvaziamento educacional teria ocorrido em função de questões políticas. Os governos que se sucederam a Graccho, em especial até a primeira metade da década de 50, eram adeptos do getulismo, e como de praxe, tentaram apagar a memória das ações administrativas de seus inimigos políticos. Dos anos 60 aos anos 80, especialmente com a construção da nova sede do Grupo Sílvio Romero (mais moderno e mais amplo), na Av. Francisco Gracez (hoje Escola Estadual Sílvio Romero), o prédio foi de tudo um pouco: de local para aprendizagem de cursos de secretariado e de corte e costura a repartição pública (tanto estaduais como municipais). Por toda a década de 90 e início deste século, chegou a ser ponto de usuários de drogas e mendigos, dado o seu lamentável estado de abandono.
Inaugurado no dia 23 de dezembro de 1924, foi um dos oitos Grupos Escolares instalados no interior de Sergipe, num total de 10 em todo o Estado. Na administração do Secretário de Educação, o lagartense Luiz Antônio Barreto, foi reformado para funcionar o Memorial de Lagarto (extinto), cuja missão deveria ser “(...) estudar os ciclos econômicos, a formação da propriedade agrícola e pastoril, a ocupação da terra, os métodos e técnicas agrícolas, a presença dos elementos formadores da sociedade e da cultura brasileiras especialmente localizadas em Sergipe”, segundo decreto 18.772 de 02 de maio de 2005.
Ao longo de seus mais de oitenta anos, o prédio já presenciou de tudo: do auge à decadência, bem como alguns respiros de renascimento. Hoje é sede da Biblioteca Pública Municipal, que leva o nome do ex-Prefeito José Vicente de Carvalho, localizado no antigo Largo do Rosário.
Fonte: Luiz Antônio Barreto (Infonet); BERGE, Miguel André. Os grupos escolares e as festas para difusão da instrução e da civilidade. Revista do Mestrado em Educação, UFS, v. 11, p. 51-68, jul./dez. 2005.
[*] Texto escrito por ocasião das comemorações dos 128 anos de Emancipação Política de Lagarto, por solicitação do Governo de Sergipe – Administração Marcelo Déda.
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