ARTUR REIS – FAMÍLIA, TRABALHO E PROSPERIDADE

Quantas vidas seriam necessárias para definir uma trajetória, em que pese a constatação que o mito supera o homem e o nome define a personalidade? Poucas pessoas da história laboriosa de Lagarto construíram uma biografia alicerçada em dois fundamentos básicos: família e trabalho.
Artur de Oliveira Reis, ao longo de mais de oito décadas, tornou-se uma referência de caráter, um sinônimo de palavra empenhada e posta. A visão comercial aguçada, espírito empreendedor e firmeza de postura, lhe renderam a alcunha de “homem do gavião”, uma referência ao povoado onde nascera a 26 de agosto de 1926.
Criado na zona rural do Município de Lagarto, herdou dos pais a dedicação ao trabalho e às regras fundamentais da vida humana, em especial a caridade e a religiosidade. Aspectos como compromisso, responsabilidade e perseverança absorveu na lida diária com a terra. A vida dura e a renda escassa da família obrigavam o menino Artur a dividir estudos e trabalho, boa parte dessa rotina vivenciada no antigo Povoado Horta, hoje Bairro.
Ao lado de Raimunda Reis, formou uma família promissora e um relacionamento sólido. Seus rebentos figuram ainda hoje, com destaque, na sociedade lagartense nas mais variadas esferas: comercial, educacional, empresarial e política. Nunca a expressão "quem sai aos seus não degenera" cabe tão bem para os filhos do velho Artur, do pai severo, é verdade, mas amável e respeitador. Como não olhar para Fernando da Gurupi e não enxergar o tino para os negócios do homem do "sim, sim; não, não"? A sagacidade e justeza em Dona Josete Reis e seu projeto vitorioso de educação. A doçura, a perspicácia e a sensibilidade de uma Gorette Reis. A trajetória vencedora do homem do Gavião está prefigurada na ação política do Deputado Federal Jerônimo Reis. Um pai que imprimiu em seus filhos as marcas que estão acima da prosperidade financeira que adquiriram. Marcas que a terra não sepulta, mas que a história cobra e o povo julga.
Artur Reis levou para a vida pública, entre os anos 80 e 90, as lições aprendidas no seio da família. Encontrou percalços, mas imprimiu o jeito de administrar que até hoje dá saudade. A pujança do ex-prefeito e ex-deputado estadual, fundador do Grupo Saramandaia, ainda não fez sucessor e a cidade carece de um líder de palavras firmes e ações positivas que a sua contribuição política deixou. Bons tempos onde a palavra obra era sinônimo de progresso.
Inumeráveis ações foram desenvolvidas por Seu Artur. A Cidade Nova lega ao seu mentor as mais sinceras homenagens, para onde levou desenvolvimento, emprego e educação (atual sede da Faculdade José Augusto Vieira). Sócio-fundador do Rotary Club de Lagarto, foi um exímio farejador de talentos e novidades, tendo implantado há 25 anos o promissor Sistema Progresso de Comunicação, sem deixar de mencionar suas ações de caridade à frente do Hospital Nossa Senhora da Conceição e do Asilo Santo Antônio, a construção da Escola Frei Cristóvão de Santo Hilário, a Barragem Dionísio de Araújo Machado (seu padrinho político), entre outras, que o transformaram na mais atuante liderança política dos últimos 30 anos da história de sua cidade.
O tempo não poupou o hoje ancião Artur Reis, mas não conseguiu combalir o mito, a lenda de um homem que um dia abriu mão da tranqüilidade do lar e do bem-estar promovido pelos negócios para se dedicar de corpo e alma à vida pública e a seus conterrâneos. Serenamente, não alimenta mágoas e se sente plenamente realizado, sobremodo como pai, figura que melhor o representa na história e em sua promissora trajetória de vida.

Rotary Club de Lagarto - 07 de agosto de 2008.