As eleições municipais de outubro de 2008 em Lagarto deixaram várias certezas e algumas evidências históricas claras, mas, sobretudo sobrou a indiferença do eleitorado em suas mais de nove mil abstenções. Efetivamente, que tipos de lições elas deixaram e o que esperar da mudança anunciada, a meu ver, ainda com cara, feição e jeito de mesmice.
Contrariando a todos, não me furtaria de fazer uma análise do pleito eleitoral desse ano. É fato que votar no 45 não me daria, talvez, a isenção necessária para fazê-la; mas 20 vezes assumir isso, democraticamente, do quê ficar em cima do muro ou escondido (feito tatu) para ver que música ia tocar no domingo à noite, para assim eu escolher a cor da camisa que iria usar na festa, 70 vezes sem vergonha.
Sem delongas, vamos aos fatos. Que Lagarto precisava mudar, isso era mais óbvio do que saber que Alex Dias e Marcos José são jornalistas ou que Lila e Zezé são empresários. Independente de quem viesse a ganhar nesse último pleito, o Município precisa dar uma guinada firme de progresso, para que nossa história volte a ser pujante. Nesse sentido, penso que não se pode mudar apenas pessoas ou siglas (Saramandaia e Bole-Bole), é preciso mudar o jeito de administrar.
Já se foi o tempo em que o povo se conformava com algumas obras e festas, apenas. Os lagartenses, e eu atesto isso em salas de aula, têm mudado suas vontades e seus desejos: eles querem um lugar ao sol. Assim, é preciso humanizar a pobreza, oportunizá-la dignidade, antes que ela seja domada pela criminalidade, que grassa com desenvoltura nos mais variados pontos do Município. Para tanto, a mudança tem que vir com jeito de renovação política e de sensibilidade cidadã.
É hora de sepultar, em definitivo, práticas como perseguição, “meu pirão primeiro”, empregos fantasmas, indiferença e cinismo no trato com os funcionários (especialmente com os da educação e da saúde) e acima de tudo os malditos cargos de confiança de terceira categoria (CCs): cabides de emprego eleitorais intermináveis. Nada que concurso público não resolva. Assim, viva a meritocracia, abaixo ao QI (quem indica)!
Não bastam salários em dia, é preciso dignidade profissional, tranqüilidade e melhor padrão de vida. Se a mudança propagada nos comícios e passeatas conseguir isso, Lagarto será efetivamente feliz, não importam os nomes ou as pessoas; os seres humanos é que importam.
Sem hipocrisia, torço pelo o homem Valmir mais do que pelo político Valmir Monteiro. Naturalmente, ele tem em suas mãos a oportunidade histórica de fazer uma das melhores administrações que Lagarto já presenciou, haja vista ter, por pelo menos dois anos, o Governo Federal e o Governo Estadual como seus parceiros.
Espero, sinceramente, que ao contrário do companheiro Déda, o homem Valmir não se deixe levar pela vaidade que o cargo fatalmente lhe imputará, pois ser Prefeito de Lagarto não é prá todo mundo, ainda mais para ele que tantas vezes tentou. E assim como nosso ilustre Governador, também não se deixe ser refém de quem quer que seja, a não ser, única e exclusivamente, de suas promessas de campanha e da vontade popular que o elegeu.
domingo, 12 de outubro de 2008
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