LUIZ ANTÔNIO BARRETO - A ÁGUIA LAGARTENSE

Jornalista, historiador, diretor do Instituto Tobias Barreto e ex-secretário de Estado da Educação e da Cultura de Sergipe, Luiz Antônio Barreto pertence à linhagem que orgulha o povo de Lagarto: a dos gênios. Se ainda há dúvidas sobre o fim dessa dinastia intelectiva em Sílvio Romero, Laudelino Freire e Abelardo Romero, melhor repensar discursos, reavivar a memória e enriquecer a plêiade dos imortais filhos dessa terra com o nome dele, que sem sombra de dúvidas, é uma águia lagartense.
De longe ser uma novidade o fato de atribuir a um gênio a semelhança de um animal. De todos estes, a águia é a melhor expressão para traduzir a essência e o valor do homem Luiz Antônio Barreto. Ao longo de uma consagrada vida intelectual, como não perceber nos postos assumidos por ele, os vôos daquele pássaro. De visão aguçada, Barreto tem em seu discurso rico e sua fala segura e hipnotizante o grasno imperativo da águia: dominando suas presas (ouvintes e leitores) com a competência das aves caçadoras. Garras impetuosas, ele desbravou enormes obstáculos para fazer valer seu amor incondicional pela cultura popular, pelo folclore e pela memória da gente sergipana, prefigurados em Tobias Barreto e Sílvio Romero.
Nascido em Lagarto no ano de 1944, pouco gozou de sua terra natal. Sua família fora vítima de perseguição política, obrigando-o a percorrer um considerável itinerário de cidades sergipanas, incluindo algumas da Bahia. Com passagem pelo Rio de Janeiro, onde conviveu com o velho e fiel amigo Abelardo Romero Dantas, com quem dividiu táxis e saudades do Lagarto, procurou ser eclético em sua formação, estudando Direito, Música e Literatura. Ex-aluno do Pio Décimo e do Tobias Barreto, firmou-se na cidade de Aracaju, onde construiu um nome e uma carreira invejável, o que lhe permitiu ocupar cargos e funções de alta responsabilidade e notoriedade, tais como: Diretor da Galeria Álvaro Santos, Secretário de Educação e de Cultura de Aracaju e de Sergipe, Assessor do Instituto Nacional do Livro (INL), Superintendente e Diretor do Instituto de Documentação Joaquim Nabuco, Diretor da Fundação Augusto Franco e Diretor do instituto de Filosofia Luso-Brasileira (Portugal).

Membro da Academia Sergipana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (desde 1972) e do Conselho Estadual de Cultura, é autor de diversos livros e centenas de artigos. Luiz Antônio Barreto tornou-se, nos últimos anos, um especialista em biografias, o que lhe rendeu a escrita do livro Personalidades Sergipanas em 2007. Trata-se de uma seleta de textos sobre figuras que marcaram a História de Sergipe, em seus mais variados aspectos.
O ano de 2009, certamente será especial para Luiz Antônio Barreto. Estará completando 50 anos no jornalismo, tendo iniciado a carreira como repórter do Correio de Aracaju, com passagens primorosas por outros veículos como: o Sergipe Jornal, Folha Popular, A Cruzada, Correio de Sergipe, Jornal da Cidade, Gazeta de Sergipe, tendo sido, ainda, fundador da Revista Perspectiva. Na Academia Sergipana de Letras, ocupando a Cadeira de número 23, o imortal lagartense fará 30 anos.
Atualmente, além de manter dois sites (www.infonet.com.br/lab e www.infonet.com.br/serigysite), disponibilizando parte de seu considerável acervo pessoal e colaborando com matérias, preenche a maior parte de seu tempo no Instituto Tobias Barreto, que aos poucos se transformou numa das maiores referências de pesquisa histórica do Estado de Sergipe. Lá, além de gozar de uma boa tertúlia, é possível deleitar-se de uma prosa indescritível com o velho mestre, sempre disponível e gentil com quem a ele recorre. Assim como acontece na natureza, a águia, após longos vôos, repousa suas asas cansadas em seu ninho esplêndido, contemplando, do alto de sua magnitude, os espaços conquistados e os horizontes abertos para novas ninhadas e novas empreitadas, uma vez que serão muitas e infinitamente imortais.