quinta-feira, 4 de junho de 2009

OPERAÇÃO SALVEM A ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA DE LAGARTO

Prezados leitores, tenho acompanhado atentamente a campanha capitaneada pelo jornalista Anderson Christian em favor do prédio (melhor, ruínas) da antiga Associação Atlética de Lagarto (A.A.L.) e devo dizer que não poderia me furtar da mesma, sem ao menos abraçar essa causa.
Durante os anos 70 e 80 do século passado, a A.A.L. foi o principal ponto de atração da juventude e da turma da velha guarda em seus inesquecíveis bailes e matinês de final de semana.
Embora não tivesse sido seu freqüentador assíduo (o mesmo não posso dizer do saudoso Professor Cláudio Monteiro e a sua trupe), tenho uma recordação marcante daquele lugar de memória da gente do Lagarto. Foi por ocasião do show do cantor Xangai. Um momento único para a nossa cidade, onde, irmanados, todos se nutriram do que há de melhor no campo da cantoria nordestina e brasileira.
Gerações que me antecederam são unânimes em afirmar que Lagarto era muito mais alegre nos tempos da A.A.L., opinião partilhada por vários freqüentadores de diferentes idades: de Dona Izaura de Maninho de Zilá, passando por Rinaldo Prata, entre outros.
Abandonada com a chegada da Boate Planet Café e deixada de lado pelo famigerado hábito de freqüentar rodas de bares e lanchonetes onde se bebe e ouve som alto numa verdadeira sinfonia de surdo e mudo, a A.A.L., sobretudo o seu prédio, localizado à Rua Mizael Vieira, nas proximidades do Forródromo (como se convencionou chamar), ainda que em lastimável estado de entulhos e lixo é ainda uma significativa representação da vida social de Lagarto (aliás a atual sociedade não está longe desse cenário moribundo).
Seu auge sobrevive em trajetórias de vida como as de Cabeludo, lendário contínuo daquela inesquecível área de lazer e de diversão; de Everton Dantas, o nosso mais “fashion” promotor de eventos que a história de Lagarto já registrou; de Valdomiro Moraes, um dos mais atuantes Presidentes; entre outras personagens que jamais poderão ser apagadas pela sanha repulsiva da modernidade.
Assim posto, somo-me às muitas sugestões até aqui aventadas, agregando-lhes outras idéias, que ao tempo que somam, reúnem e contemplam as já então apresentadas pela Gazeta dos Municípios. Sugiro que o espaço seja revitalizado da seguinte maneira: considerando a dificuldade em reavivar a sua estrutura original, que ser ergam novos alicerces que ao menos lembrem a velha feição.
O novo espaço deve conter dois pavimentos. No inferior, no antigo salão de festas, um auditório que leve o nome de uma figura marcante da A.A.L. (a escolha deve ocorrer via consulta popular e aos ex-sócios). Ao lado, onde era uma área livre a céu aberto, um salão para exposições e eventos. No espaço da diretoria, sala de troféus, entre outros, um memorial salvaguardando a história do espaço, com objetos culturais que o rememorem.
Não esquecer dos banheiros e da área arbórea (concreto e natureza).
No pavimento superior, funcionariam três secretarias municipais: a de Esporte e Lazer e a de Turismo, Indústria e Comércio, bem como a de Meio-Ambiente (vindo esta a ser criada futuramente), com salas e mini-auditórios para reuniões.
Em tese, a A.A.L. se transformaria num Centro Municipal de Convenções e Eventos, atraindo a atenção de toda a sociedade, sobretudo em seguimentos dinâmicos e mobilizadores, como os que referendam os nomes das secretarias acima mencionadas.
E até que a boa vontade vire verdade e ação, que os escombros da A.A.L. ressoem como os gritos dos inumeráveis carnavais que por ali já desfilaram, como aos repiques de bandas que marcaram época, a exemplo de Tuaregues e de Los Guaranis; reluzam foscamente como o brilho de Virgínia Lange e das Miss Sergipe; e reclamem, se não a volta do espetáculo, mas pelo menos a volta de seu viço.

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