domingo, 12 de julho de 2009

LAGARTO E A HISTÓRIA DA VIDA PÚBLICA NA PRIVADA

As últimas semana política foram muito agitadas em Lagarto. Teve de tudo um pouco: entrevista, reatamento de aliados arranhados, liderança ridicularizada em programa de TV e mandato sob júdice. Uma verdadeira panacéia que nos convida para uma reflexão profunda sobre a política lagartense no tempo presente.
Em respeito aos envolvidos e de suas importâncias históricas, admoestando-me dos cuidados judiciais e da salvaguarda da pessoa humana, eu vou me ater aos fatos e não aos nomes, tratando a todos institucionalmente. Afinal, pensar não paga e nem ofende.
Pois então. Lá se vão longos anos, quando a relação comédia e poder se intersectam em Lagarto e em sua história política. Particularmente, lembro de alguns fatos, sem contar outros que ouvir dos mais velhos, dos quais só me vem uma certeza: do despreparo de nossas lideranças para lidar com certos assuntos ligados a relacionamento e legislação.
Como cidadão lagartense, honestamente, fico muito preocupado. Como educador então, não sei nem calcular a extensão de minhas rugas na testa. Sim, porque essa geração que hoje está aí, essa galerinha do msn e do okurt, precisa vislumbrar “dias melhores pra sempre”. Embora não saibam, seus líderes têm responsabilidades imensas para com eles.
Uma Lagarto melhor passa, inexoravelmente, por líderes políticos melhores, capazes de enxergar o município além de seu rico umbigo, de suas posições, de seus interesses, de seus delírios e manias, de suas beldades particulares, seus cargos e encargos.
Uma briga política (ou desentendimento temporário) não pode acontecer do estardalhaço e da impulsividade. Palavras ditas não são retiradas, ainda mais em emissora de rádio. Que conseqüências elas podem causar, sobretudo nas urnas? O que se faz no privado (bastidores do poder) não pode ser levado a público, sob pena de se cair no descrédito. Sabe aquele programa do Jô Soares: “casa, separa; separa casa”, que ele fazia o papel de um padre hilário, nos anos 80?
Lagarto não pode ser motivo de chacota em programa de humor de nível nacional. E a razão disto é tanto mais constatável do que frustrante, afinal quem não sabe, em sã consciência, que a maioria quase que absoluta de nossos políticos são despreparados, ainda mais em questões de direito? Por ocasião de uma determinada votação ocorrida na Câmara de Vereadores em Lagarto há alguns anos atrás, que prejudicava os professores da rede pública municipal, por exemplo, muitos dos nossos ilustres Edis sequer sabiam no quê estavam votando. Recentemente, um desses ao ser questionado sobre mudanças na administração do Executivo Municipal num programa radiofônico ficou titubeando. Ora, o que não é novidade por aqui apenas virou ridículo em cadeia nacional. Não seria melhor termos presenciado os Parafusos se destacando em Olímpia-SP?
Quanto à questão do preparo, sou radicalmente a favor de um rigor maior na participação política condicionada aos estudos. Nesse sentido, meu radicalismo sobra até para o eleitor, pois este também deve ser convidado a se aperfeiçoar. Vejamos algumas incongruências: para fazer concurso público, o cidadão deve (a depender do cargo) dispor de uma determinada exigência de conhecimento teórico (leia-se, formação escolar), porque não se faz o mesmo para assumir cargo eletivo (não é função pública também)? Se quisermos um país melhor, a educação deve ser pensada em todos os níveis, do tipo: quem quer PODER tem que SABER. Assim, seremos poupados de ouvir asneiras, algumas delas, históricas, como: “tote”, em vez de “total”; “carqué coisa, me percure”; “decraro aberta a sessão”; “os istudantes viero balançá as grade de minhas porta”; entre outras “pérolas” de nossa combalida política.
Bom, prezados leitores. Não nos resta muita coisa a não ser apelar para que todos eles possam agir com mais parcimônia, com mais destreza, que se reeduquem politicamente para bem de todos: deles e nossa. Afinal, Lagarto merece algo sempre mais e melhor, algo do tipo que eu ouvi, com muita atenção e esperança, numa fala do I Festival da Mandioca: “(...) qualquer coisa que eu fizer por Lagarto, será pouco diante de sua grandiosidade”. É por aí, prezados! É por aí.
OBS: Matéria censura por jornal da imprensa local (lagartense).
Mas publicado no Jornal Cinform - Aracaju-Se, 03 a 09 de agosto de 2009 - Edição 601

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