domingo, 8 de novembro de 2009

A CERCA DE VIDRO

Assuero Cardoso é pai pela quinta vez. Esse bem que poderia ser o título desta matéria. Afinal, há quem diga que o ato de publicar um livro é parir um filho. Assim posto, o quinto parto do mais expressivo poeta lagartense da atualidade teve dia e hora marcada: 23 de outubro, às 20 horas e 40 minutos.
Não faz muito tempo, dia 05 de outubro, cidade de Aracaju, Academia Sergipana de Letras, os lagartenses efusivamente recebiam de presente a obra inédita e póstuma de outro genial poeta: Limites Democráticos do Brasil (1975), de autoria de Abelardo Romero Dantas (falecido há trinta anos). Na ocasião o também pai da Companhia Teatral Cobras e Lagarto, Assuero Cardoso Barbosa esteve presente e com brilhantismo recitou sua homenagem ao imortal gênio da ASL, “Visita a Abelardo”.
Ontem, foi a vez de Lagarto viver mais um clima de emoção ligado aos seus infindáveis talentos, cada vez mais renovados, seja na poesia e nas artes plásticas, a exemplo do jovem Rogério Bonifácio, ilustrador da obra e estudante de História da Faculdade José Augusto Vieira, sem deixar de citar outros dois jovens artistas presentes ao evento: Marcelo Araújo e Rodrigo Lopes. Este último cantor lírico, tendo se apresentado com duas árias, deixando a todos extasiados de tanta beleza. Foi-se o tempo, graças a Deus, que cantor de ópera era coisa de outro mundo em nosso mundinho chamado Lagarto.
O Rotary Club de Lagarto ficou pequeno pra tanta prova de amor ao poeta. Emocionado e grato, o artista lagartense não deixou de agradecer a ninguém. Humilde, como sempre, retribui tamanha gentileza de sua gente, com arte, descontração e poesia, muita poesia.
O livro “A Cerca de Vidro”, apresentado pelo Prof. Fernando Lins, o quinto da carreira prodigiosa, o quarto de poesia, traz um Assuero mais maduro, com versos ainda mais leves e sempre verdadeiros, com uma intimidade ainda mais gritante. O amor é o tema predominante, mas não piegas: tácito e profundo. A morte também, juntamente com entes que povoam sua inspiração, sua vida e sua história, entre um copo e outro de cerveja, entre um nascer e um morrer de uma madrugada (sua inseparável companheira).
A julgar pela numerologia hebraica, a obra de Assuero, com “A Cerca de Vidro” se eterniza. Pois sete é a infinitude das coisas. Das horas, das mortes, das cores, dos amores, dos homens e das dores... A nós, cabe-nos o prazer de deleitar-se para todo o sempre.

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