Nas últimas semanas, uma velha discussão esteve em volga novamente nos bastidores, nas esquinas, nas rádios e em várias rodas da cidade de Lagarto. Com seus principais líderes impossibilitados de concorrerem a mandatos políticos no ano de 2010 e com a cisão (mais uma vez) de um dos dois grupos, perguntas-se: qual o destino do Saramandaia e do Bole-Bole? Como diria Chico Buarque: “o que será que será?”
No ano de 2008, mais precisamente em dezembro daquele ano, tive a ousadia e a honra de organizar um livro que causou grande expectativa entre todos, sobretudo entre os “apaixonados” da hilariante política de grupos de Lagarto. O livro “Uma Cidade em Pé de Guerra: Saramandaia x Bole-Bole”, de autoria dos professores Alailson, Raylane e Patrícia, resultado de trabalhos monográficos feitos pela UFS nos cursos de História e de Sociologia daquela IES, casou uma série de polêmicas e muitas, mas muitas fofocas, advindas em sua maioria do fato das pessoas não o terem lido devidamente, distorcendo algumas de suas informações.
O livro já anunciava, em sua apresentação, algo que as pessoas comentaram muito essa semana: a viabilidade e o destino dos dois grupos mais tradicionais de Lagarto. Criados em 1976, em função de um racha entre seus fundadores, Artur Reis e Ribeirinho, e ex-aliados do grande líder político Dionísio de Araujo Machado, Saramandaia e Bole-Bole ao longo de seus 34 anos de existência protagonizaram episódios políticos dos mais engraçados (como sua inspiração em termos de nomenclatura: uma novela de sucesso da Rede Globo) aos mais violentos como as famosas agressões entre seus partidários, tanto verbais como físicas.
Em mais de trinta anos, em minha humilde opinião, suas existências mais atrapalharam do que ajudaram. A história e os números mostram isso: aqui eu só endosso. Claro que não se podem negar as contribuições dos dois grupos para o crescimento da cidade, mas se pensarmos no estado atual da Bica e nas perseguições políticas, nas ofensas e nas divisões de famílias e de pessoas, não há muito o que se levar em consideração positivamente.
Além disso, a política mudou consideravelmente. As velhas práticas estão sendo repugnadas por novos personagens da política lagartense e o povo não está mais subserviente, até porque a população se renova a cada dia e Lagarto vai se firmando como cidade universitária. Outra coisa, ninguém, inclusive, eu não quer mais ser estigmatizado e rotulado disso ou daquilo e quer ter liberdade de escolha, de trânsito político e poder de decisão para ajudar Lagarto e não mais a enriquecer e sustentar famílias já abastadas.
Nesse sentido, o ano de 2010 pode ser decisivo. Percebo duas tendências: o surgimento de uma nova via, ainda não configurada e firme, conduzida pelo Prefeito Valmir e uma outra, representada pelo desmantelo dos dois grupos, frente a desconfiança de seu partidários. É claro que entre uma e outra, diante do ainda forte fôlego de seus líderes, pode ser que se recrudesça as tendências aqui expostas e se reafirme a “tradição” bipolar. Porém, uma coisa é certa, afirma Chico Buarque, ainda em sua bela música do final dos anos 80: “o que não tem vergonha, nem nunca terá, o que não tem juízo... o que será que será?”
No ano de 2008, mais precisamente em dezembro daquele ano, tive a ousadia e a honra de organizar um livro que causou grande expectativa entre todos, sobretudo entre os “apaixonados” da hilariante política de grupos de Lagarto. O livro “Uma Cidade em Pé de Guerra: Saramandaia x Bole-Bole”, de autoria dos professores Alailson, Raylane e Patrícia, resultado de trabalhos monográficos feitos pela UFS nos cursos de História e de Sociologia daquela IES, casou uma série de polêmicas e muitas, mas muitas fofocas, advindas em sua maioria do fato das pessoas não o terem lido devidamente, distorcendo algumas de suas informações.
O livro já anunciava, em sua apresentação, algo que as pessoas comentaram muito essa semana: a viabilidade e o destino dos dois grupos mais tradicionais de Lagarto. Criados em 1976, em função de um racha entre seus fundadores, Artur Reis e Ribeirinho, e ex-aliados do grande líder político Dionísio de Araujo Machado, Saramandaia e Bole-Bole ao longo de seus 34 anos de existência protagonizaram episódios políticos dos mais engraçados (como sua inspiração em termos de nomenclatura: uma novela de sucesso da Rede Globo) aos mais violentos como as famosas agressões entre seus partidários, tanto verbais como físicas.
Em mais de trinta anos, em minha humilde opinião, suas existências mais atrapalharam do que ajudaram. A história e os números mostram isso: aqui eu só endosso. Claro que não se podem negar as contribuições dos dois grupos para o crescimento da cidade, mas se pensarmos no estado atual da Bica e nas perseguições políticas, nas ofensas e nas divisões de famílias e de pessoas, não há muito o que se levar em consideração positivamente.
Além disso, a política mudou consideravelmente. As velhas práticas estão sendo repugnadas por novos personagens da política lagartense e o povo não está mais subserviente, até porque a população se renova a cada dia e Lagarto vai se firmando como cidade universitária. Outra coisa, ninguém, inclusive, eu não quer mais ser estigmatizado e rotulado disso ou daquilo e quer ter liberdade de escolha, de trânsito político e poder de decisão para ajudar Lagarto e não mais a enriquecer e sustentar famílias já abastadas.
Nesse sentido, o ano de 2010 pode ser decisivo. Percebo duas tendências: o surgimento de uma nova via, ainda não configurada e firme, conduzida pelo Prefeito Valmir e uma outra, representada pelo desmantelo dos dois grupos, frente a desconfiança de seu partidários. É claro que entre uma e outra, diante do ainda forte fôlego de seus líderes, pode ser que se recrudesça as tendências aqui expostas e se reafirme a “tradição” bipolar. Porém, uma coisa é certa, afirma Chico Buarque, ainda em sua bela música do final dos anos 80: “o que não tem vergonha, nem nunca terá, o que não tem juízo... o que será que será?”
Fonte: Claudefranklin Monteiro Santos. Jornal Folha de Lagarto, Junho de 2010.
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