segunda-feira, 6 de julho de 2009

TARJA E PRETA

No último dia 09 de junho do corrente ano, nas dependências do Espaço Cultural Charles Brício, a tradição cinematográfica em Lagarto deu um passo gigantesco a caminho de sua maturidade artística e cultural, iniciada ainda nos anos 70 com o então jovem cineasta Floriano Fonseca, e seu glorioso curta-metragem “Carro de Boi.
Cinema e Teatro, magia e arte, encontros perfeitos que fizeram daquela noite memorável um marco em nossa laboriosa saga em favor de nossa afirmação identitária no campo da cultura, com o lançamento do primeiro longa-metragem da história do cinema em Lagarto. Trata-se do filme “Tarja e Preta”, do agora, também, cineasta, Eraldo Almeida (ator, roteirista e diretor).
Uma produção de Sophia Filmes, apoio de Charles Brício, colaboração da Faculdade José Augusto Viera, de Dr. Anselmo Andrade, de Janara Maria, do Studio VisionFoto, da Polícia Militar de Sergipe, do Restaurante Encantos do Mar e da Lanchonete da Maurina, “Tarja e Preta” é uma comédia policial, encenada por atores e atrizes amadores lagartenses, envolvidos num projeto que pretende revelar novos talentos e disseminar a cultura cinematográfica nas escolas do município.
O filme é ambientado em Lagarto, em Aracaju e nas Serras da Miaba e Itabaiana, paraísos ecológicos de Sergipe, e centra-se nas peripécias de duas jovens estudantes universitárias que foram envolvidas numa missão, de suspense e ação. Contratadas e treinadas por um misterioso agente, as mesmas serão responsáveis por revelar uma trama que envolve um perigoso assassino chamado Malassombro, interpretado por Rufino Souza.
Com uma boa dose de comédia, chama a atenção, apesar de ser um filme sem as condições tecnológicas de grandes centros cinematográficos, as cenas de ação e a sua fotografia. Marcadas pelo primor e pela ousadia, as cenas podem não ser profissionais, mas inspiram arte e criatividade.
O filme conta ainda com uma participação muito especial do consagrado poeta e ator Assuero Cardoso Barbosa, nos papéis hilários de Isabé e Bastião, caracterizando personagens típicos do interior sergipano. Aliás, a sergipanidade é outra marca do longa-metragem, representada, sobretudo na cena final, quando o misterioso agente convida as jovens heroínas para uma nova missão: encontrar o tesouro do Cacique Serigy. Uma deixa para a continuidade do projeto.
Apesar de seu tom cômico, o lado sério não foi deixado de lado. O filme é recheado de reflexões, de Einstein a Ganhi, passando pela literatura brasileira e pela literatura sergipana. Entre os atores e atrizes envolvidos, destaque para as prodigiosas e gratas surpresas Jaqueline Nascimento (Tarja) e Mônica santos (Preta), além de Ana Paula e Ivo Nascimento (crianças), Andréa, Profª Conceição Almeida (figurinista) e Alex Souza (também câmera e editor).
É fato que estamos longe de Hollywood, mas também é fato que temos muito talento e, sobretudo audácia, pois Lagarto ainda é palco de pessoas que se notabilizam simplesmente por acreditar em cultura, sem o mínimo de apoio da iniciativa pública e privada.
Contando com recursos próprios, “Tarja e Preta” pode até mexer com os ainda “narizes empinados” de nossa sociedade e convívio e com alguns pseudo-intelectuais que por aí grassam com seus mundos-umbigo, mas já o é desde já (não importando a crítica dos pedantes letárgicos de plantão) a mais importante iniciativa cinematográfica de Lagarto desde o curta-metragem “Carro de Boi”, dos longínquos anos 70.
Viva a arte lagartense!

2 comentários:

Unknown disse...

POXA CLAUDEFRANKLIN, LER SUAS NARRATIVAS É ALGO QUE EXCEDE E TRANSCEDE A QUALQUER NARRADOR, ESCRITOR OU LITERATA, POIS PODEMOS OBSERVAR A FORMA INTRÍNSECA E AO MESMO TEMPO ILARIANTE COM QUE VC DESCREVE OS ASSUNTOS. FICO FELIZ EM SABER QUE LAGARTO TEM UM HISTORIADOR E MESTRE EM PORTUGUÊS DO SEU QUILATE.
PARABÉNS!!!

Unknown disse...

POXA CLAUDEFRANKLIN, LER SUAS NARRATIVAS É ALGO QUE EXCEDE E TRANSCEDE A QUALQUER NARRADOR, ESCRITOR OU LITERATA, POIS PODEMOS OBSERVAR A FORMA INTRÍNSECA E AO MESMO TEMPO ILARIANTE COM QUE VC DESCREVE OS ASSUNTOS. FICO FELIZ EM SABER QUE LAGARTO TEM UM HISTORIADOR E MESTRE EM PORTUGUÊS DO SEU QUILATE.
PARABÉNS!!!