Em outra ocasião, já havia dito a oportunidade de tecer uma reflexão científica a respeito da História da Educação em Lagarto[1]. A idéia era traçar uma trajetória da mesma a partir de sua implantação enquanto processo escolar ou educação institucionalizada. Na oportunidade, destacava a ação educativo-pedagógica do Pe. Álvares Pitangueira, sobretudo no século XIX.
Confesso que ainda há muito por se escrever a respeito, tanto que aquela reflexão (à propósito, disponível para curiosos e pesquisadores no link http://www.historiadelagarto.com/arquivo01/HistoriadaEducacaoemLagarto.pdf). Foi a apenas o ano de 1924, ocasião em que se fundava no Governo Graccho Cardoso a primeira escola de Lagarto, de caráter público: o Grupo Sílvio Romero.
Instigado pela polêmica, um tanto quanto desmedida (me reservo ao direito de não tecer maiores comentários, embora nutra posicionamento próprio), que envolve a transferência do Colégio Estadual Abelardo Romero Dantas, provisoriamente, para abrigar as instalações embrionárias do Campus da Saúde da Universidade Federal de Sergipe em Lagarto, bem como por alunas de Pedagogia da UNIT (EAD-Sede no Antigo Colégio Salete) resolvi ampliar aquelas reflexões iniciais, destacando um período obscuro, porém promissor, desta História da Educação em Lagarto, elegendo o período de 1964 a 1984, caracterizado como sendo o da Ditadura Milita no Brasil.
De um modo geral, o que se verifica em Lagarto nos anos de chumbo em termos de educação escolar não difere em muito do contexto nacional, com pequenas particularidades. A ênfase no civismo e o patrulhamento ideológico marcaram as orientações pedagógicas existentes na época.
Àquela altura, Lagarto dispunha dos seguintes estabelecimentos escolares, só pra citar os mais representativos: Sílvio Romero (agora sediado em prédio novo, pois o antigo Grupo Escolar havia se transformado, ironicamente, em cadeia e depois espaço para prendas domésticas, como corte e costura, e até mesmo redutos de marginais, num completo abandono); o Colégio Nossa Senhora da Piedade (1947); Laudelino Freire (26 de setembro de 1957); Escola Santa Luzia (CNEC) – Povoado Colônia Treze, extinta; Escola Abelardo Romero Dantas (1980).
A escolha destas instituições nãos se dá à toa, porque prefiguram bem o contexto educacional militar. O Sílvio Romero, única escola pública por muito tempo, foi mudado de local não só pela necessidade de um espaço maior, mas principalmente para dar uma nova cara ao Estado, que diferenciasse dos ideais de educação de Graccho. Pejorativamente, era a instituição para abrigar os pobres e periféricos, nutrindo-se do assistencialismo reinante à época. Vale lembrar que a auto-estima do Romerão só se reveste de altivez a partir da Direção do Prof. Clécio Santana.
O Colégio Nossa Senhora da Piedade foi a primeira escola particular de Lagarto, de cunho filantrópico e religioso. A mesma, embora bem sucedida do ponto de vista escolar e pedagógico, com sua garbosidade nos desfiles cívicos, representou com maestria o ideário: Deus, Pátria e Família; coadunando-se com as orientações do regime.
O Laudelino Freire, a grande coqueluche educacional da Ditadura Militar viveu seus áureos tempos, sobretudo pelas bolsas que o Governo Federal despejava na escola por intermédio de líderes políticos de então. Não foi à toa à ênfase no civismo e no tecnicismo educacional verificado a partir de 1969. Egresso da família Laudelino, quando menino me metia medo a foto enorme na biblioteca do Presidente Garrastazu Médici. Nesse mesmo norte, uma nota especial para a Escola Santa Luzia, no povoado Colônia, treze, nos mesmos moldes cenecistas da co-irmã mais famosa, de saudosa memória.
O Abelardo Romero surge num contexto de “abertura” do regime autoritário. Com recursos do antigo PREMEM, construída em 1979, em terreno doado pelo Prefeito José Vieira Filho, passou a funcionar no ano seguinte: dia 13 de Fevereiro de 1980 para abrigar cursos técnicos de agricultura, pecuária, comércio e eletro-mecânica (daí o mito “polivalente”). Vale ressaltar, que foi na escola “Polivalente” que surgiram as primeiras discussões democráticas, com o Bel. Paulo Andrade Prata e escolha livre de direção com o saudoso Prof. José Cláudio Monteiro Santos.
Em meio a todas essas vivências escolares, vale destacar ainda duas iniciativas marcantes no Município nesse período, que embora contrastantes do ponto de vista educacional, revelam o ônus e o bônus de um contexto educacional escolar marcado pela Ditadura Militar. A interiorização e extensão do ensino pelo Prefeito Dr. João Almeida Rocha e a ação equivocada do antigo MOBRAL, muito presente no cotidiano dos lagartenses naquele período de suspensão das liberdades civis.
Confesso que ainda há muito por se escrever a respeito, tanto que aquela reflexão (à propósito, disponível para curiosos e pesquisadores no link http://www.historiadelagarto.com/arquivo01/HistoriadaEducacaoemLagarto.pdf). Foi a apenas o ano de 1924, ocasião em que se fundava no Governo Graccho Cardoso a primeira escola de Lagarto, de caráter público: o Grupo Sílvio Romero.
Instigado pela polêmica, um tanto quanto desmedida (me reservo ao direito de não tecer maiores comentários, embora nutra posicionamento próprio), que envolve a transferência do Colégio Estadual Abelardo Romero Dantas, provisoriamente, para abrigar as instalações embrionárias do Campus da Saúde da Universidade Federal de Sergipe em Lagarto, bem como por alunas de Pedagogia da UNIT (EAD-Sede no Antigo Colégio Salete) resolvi ampliar aquelas reflexões iniciais, destacando um período obscuro, porém promissor, desta História da Educação em Lagarto, elegendo o período de 1964 a 1984, caracterizado como sendo o da Ditadura Milita no Brasil.
De um modo geral, o que se verifica em Lagarto nos anos de chumbo em termos de educação escolar não difere em muito do contexto nacional, com pequenas particularidades. A ênfase no civismo e o patrulhamento ideológico marcaram as orientações pedagógicas existentes na época.
Àquela altura, Lagarto dispunha dos seguintes estabelecimentos escolares, só pra citar os mais representativos: Sílvio Romero (agora sediado em prédio novo, pois o antigo Grupo Escolar havia se transformado, ironicamente, em cadeia e depois espaço para prendas domésticas, como corte e costura, e até mesmo redutos de marginais, num completo abandono); o Colégio Nossa Senhora da Piedade (1947); Laudelino Freire (26 de setembro de 1957); Escola Santa Luzia (CNEC) – Povoado Colônia Treze, extinta; Escola Abelardo Romero Dantas (1980).
A escolha destas instituições nãos se dá à toa, porque prefiguram bem o contexto educacional militar. O Sílvio Romero, única escola pública por muito tempo, foi mudado de local não só pela necessidade de um espaço maior, mas principalmente para dar uma nova cara ao Estado, que diferenciasse dos ideais de educação de Graccho. Pejorativamente, era a instituição para abrigar os pobres e periféricos, nutrindo-se do assistencialismo reinante à época. Vale lembrar que a auto-estima do Romerão só se reveste de altivez a partir da Direção do Prof. Clécio Santana.
O Colégio Nossa Senhora da Piedade foi a primeira escola particular de Lagarto, de cunho filantrópico e religioso. A mesma, embora bem sucedida do ponto de vista escolar e pedagógico, com sua garbosidade nos desfiles cívicos, representou com maestria o ideário: Deus, Pátria e Família; coadunando-se com as orientações do regime.
O Laudelino Freire, a grande coqueluche educacional da Ditadura Militar viveu seus áureos tempos, sobretudo pelas bolsas que o Governo Federal despejava na escola por intermédio de líderes políticos de então. Não foi à toa à ênfase no civismo e no tecnicismo educacional verificado a partir de 1969. Egresso da família Laudelino, quando menino me metia medo a foto enorme na biblioteca do Presidente Garrastazu Médici. Nesse mesmo norte, uma nota especial para a Escola Santa Luzia, no povoado Colônia, treze, nos mesmos moldes cenecistas da co-irmã mais famosa, de saudosa memória.
O Abelardo Romero surge num contexto de “abertura” do regime autoritário. Com recursos do antigo PREMEM, construída em 1979, em terreno doado pelo Prefeito José Vieira Filho, passou a funcionar no ano seguinte: dia 13 de Fevereiro de 1980 para abrigar cursos técnicos de agricultura, pecuária, comércio e eletro-mecânica (daí o mito “polivalente”). Vale ressaltar, que foi na escola “Polivalente” que surgiram as primeiras discussões democráticas, com o Bel. Paulo Andrade Prata e escolha livre de direção com o saudoso Prof. José Cláudio Monteiro Santos.
Em meio a todas essas vivências escolares, vale destacar ainda duas iniciativas marcantes no Município nesse período, que embora contrastantes do ponto de vista educacional, revelam o ônus e o bônus de um contexto educacional escolar marcado pela Ditadura Militar. A interiorização e extensão do ensino pelo Prefeito Dr. João Almeida Rocha e a ação equivocada do antigo MOBRAL, muito presente no cotidiano dos lagartenses naquele período de suspensão das liberdades civis.
[1] SANTOS, Claudefranklin Monteiro . Considerações a Respeito da História e da Historiografia Educacional Sergipana sob a Ótica da História da Educação em Lagarto (1795-1924). In: Seminário de Pesquisa 15 Anos do NPGED-UFS, 2009, São Cristóvão. 15 Anos NPGED - Edição Comemorativa, 2009.
Um comentário:
PROFESSOR, PARABÉNS. cADA VEZ O SENOR DEMONSTRA A SUA GRANDE CONTRIBUIÇÃO DENTRO DA COMUNIDADE LAGARTENSE.
ATENCIOSAMENTE, CATARINA COSTA
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